O primeiro lote da vacina chinesa contra a Covid-19 chega na tarde desta quarta-feira (24.02) a Moçambique, anunciou hoje o Presidente Filipe Nyusi. Numa primeira fase será garantida a vacinação de grupos prioritários.
"Nos últimos dois meses mantive contactos com o Presidente Xi Jinping, da República Popular da China, para o acesso à vacina contra a Covid-19 e numa primeira fase garantir a vacinação de grupos prioritários, dentre eles os profissionais da saúde", refere o chefe de Estado moçambicano na sua página no Facebook.
Com a chegada das primeiras vacinas chinesas, "o nosso desafio continua de modo a garantir a
vinda de outras doses, cujas negociações estão numa fase avançada com os nossos
parceiros", anunciou ainda Filipe Nyusi, que termina a mensagem com um
agradecimento "ao Presidente Xi e ao povo irmão da República Popular da
China".
Moçambique aguarda ainda pela sua parte no âmbito do mecanismo internacional Covax, promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para fornecer vacinas anti-Covid aos países mais desfavorecidos.
Filipe Nyusi: "O nosso desafio continua"
O Gana deve receber hoje o primeiro lote de vacinas, a
nível mundial, financiado pelo Covax, anunciou num comunicado conjunto a OMS e
a Unicef.
"O Gana deve receber 600 mil doses da vacina
AstraZeneca/Oxford fabricada pelo Instituto Serum, da Índia. Estas
vacinas foram expedidas pela Unicef de Mumbai para Acra e fazem parte do
primeiro lote de vacinas contra o covid-19 destinadas a vários países"
mais desfavorecidos, refere o mesmo documento.
"Esta entrega representa o início do que se espera
vir a ser o maior fornecimento e distribuição de vacinas da História",
acrescenta o comunicado. "O dispositivo Covax prevê fornecer cerca de
dois mil milhões de vacinas contra o covid durante este ano. Trata-se de um
esforço mundial sem precedentes para garantir a todos os cidadãos o acesso às
vacinas", dizem os dois organismos.
Contratação de emergência
de profissionais de saúde
O Conselho de Ministros de Moçambique autorizou, na
terça-feira (23.02), o recrutamento de emergência de profissionais de saúde,
sem concurso público, devido ao "aumento exponencial" de casos de
covid-19, anunciou a porta-voz do órgão, Ludovina Bernardo.
A decisão do Governo moçambicano vai permitir a admissão
de técnicos superiores de saúde, técnicos especializados de saúde, técnicos de
saúde e agentes de serviço, incluindo serventes e motoristas para ambulâncias.
Os recursos humanos com que o Sistema Nacional de Saúde conta atualmente,
prosseguiu, não são suficientes para fazer face à procura de cuidados de saúde
imposta pela pandemia.
Moçambique contabiliza 606 mortes por Covid-19 e outras
435 pessoas foram infetadas pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas,
anunciou terça-feira (23.02) o Ministério da Saúde.
O total acumulado de casos subiu para 56.595, dos quais
66% estão recuperados e outros 215 estão internados (75% na cidade de Maputo). Moçambique tem um total de 18.415 casos ativos, dos
mais de 400 mil casos suspeitos testados, 1.960 dos quais nas últimas 24
horas.
Só em janeiro o país registou mais casos e mortes que em todo o ano de 2020, elevando para mais de 300 o número de internamentos, pressionando o sistema de saúde.
FONTE. DW
REVISTA MOZA+